Ainda me questiono sobre algumas atitudes julgadas certas e coerentes sobre essa questão.
Não posso sentir saudades, que já falam: “Tenha amor próprio, Jamilly!”.
Não posso chorar, que já falam: “Não chore por quem não te merece.”.
O que é o “amor próprio”?
Amar é algo pensado?
É algo controlável?
“Ame porque é legal.”
“Ame porque é saudável.”
“Ame porque você tem que se amar.”
O que alguns chamam de amor próprio, eu chamo de orgulho.
Sim, orgulho.
Por que eu não posso chorar e sentir saudades de uma pessoa que já me machucou?
Isso tudo é medo de se machucar novamente?
Sim, é possível que uma pessoa possa trazer felicidade à outra.
Assim como minha mãe me traz felicidade.
Assim como minha irmã me traz felicidade.
Assim como meus amigos me trazem felicidade.
Cada um deles.
Sem exceção.
Desde os mais próximos, até os mais distantes.
Porque o que existe é amor.
Sem dimensão.
Sem medição.
Sem tempo.
Sem contra-tempo.
E eu preciso de todos eles pra ser feliz.
E cada pessoa que escapa do meu círculo, vai com um pedacinho de mim.
Independente do que tenha deixado.
Como já cantava Tom Jobim:
“É impossível ser feliz sozinho.”
Eu não sou sozinha.
Eu não nasci sozinha.
Sempre tive minha mãe cuidando de mim desde à minha fecundação.
Então não venha pra cá com esse seu orgulho idiota e me dizer:
“Tenha amor próprio, Jamilly. Cuide da sua vida!”
Aliás, é o que mais temo nessa “evolução” do mundo.
As pessoas cada vez mais se preocupam com o próprio umbigo:
Se ele te deixou, ok. Vai aparecer outro.
Ninguém sofre mais por amor.
Ninguém sente, de fato, o amor.
E falam tanto em amor próprio…
Ah! Já ia me esquecendo (e realmente esqueci).
Há um ditado que diz:
“Na vida: ou bate ou apanha.”
E se for pra escolher, prefiro apanhar.
Odeio a ideia de machucar alguém
E se isso acontecer, perdoe-me: Não foi intencional.
Por que ao contrário do que todos me julgam:
Eu sou forte o suficiente pra cair quantas vezes forem necessárias.
Levantar todas as vezes com toda inocência do mundo.
E viver tudo como se fosse a primeira vez.
Como se fosse o primeiro encontro.
O primeiro beijo.
O primeiro amor.